quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Quanto mais se procura menos se acha


Nesta minha "epopeia" de procura activa de emprego (sim, bem sei que pareço estar a exagerar no tipo literário usado para fazer esta analogia, mas retrata melhor a inquietação que se passa por aqui dentro) desde Junho deste ano, que sinto que quanto mais busco, menos encontro.


Na verdade, não sinto que seja uma realidade que aconteça unica e exclusivamente no universo de procura de emprego, que neste momento é mais do que prevísivel, no contexto em que as coisas se encontram. A verdade é que quando estou à procura de uma coisa, nunca a encontro, e quando deixo de a procurar, ela vem até mim.



Não acreditam? Então pensem lá em exemplos práticos da vossa vida:



- quando procuram o par daquela meia perdida, que tanto queriam usar e depois acabam por encontrá-lo tempos mais tarde, num sítio improvável como a despensa, ou a fazer de bola para o vosso gato;



- quando  têm aquela palavra/ideia/filme na ponta da língua, e desgastam-se a tentar encontrá-la pelos vossos compartimentos bocais e nada surge, até que horas mais tarde num contexto completamente diferente, e longe da pessoa que queriam impressionar, vos surge a "tal" palavra;



- quando estão a apanhar castanhas, de traseiro espetado para o céu e olhos postos no solo (bem sei que não é a realidade curriqueira da maioria das pessoas, mas como tive esta experiência há pouco tempo não quis deixar de partilhar). A demanda foi: apanhar castanhas gordas, sem bicho e perfeitinhas. Quanto mais eu procurava, menos encontrava. Deixava de me focar nesses parâmetros e PIMBA, apareciam-me elas à frente: tão reluzentes, gorduchas e apetitosas;



- quando procuras ajuda para resolver algum problema, e parece que ninguém tem disponibilidade para te ajudar. Quando deixas de precisar de ajuda, até parece que a vida goza contigo e oferece-te toda a ajuda que precisavas, ou que pensavas precisavas.



Mas onde é que eu quero chegar com isto? À questão inicial, claro. "Procura activa de emprego". Quanto mais procuro menos acho. Tenho lutado tanto contra a minha "inactividade" que acabei por esgotar todas as minhas energias e não ver as oportunidades escondidas. Sim, porque elas estão à espera que eu me distraia do processo de procura, para darem o ar da sua graça.



 Às vezes há mesmo que parar de procurar, para ver o que a vida nos oferece. Despertar os cincos sentidos e deixar que aconteça. Bem sei que é díficil, que o contexto actual, o nosso id, o nosso ego e a nossa culpa muitas vezes nos sabotam a continuar numa procura cega "não sabemos bem do quê". Mas o meu próximo desafio vai ser esse. Parar para encontrar.




E vocês, situações semelhantes de buscas intermináveis e encontros improváveis?


1 comentário:

  1. Fazer sem fazer é o verdadeiro FAZER, pois então O TODO contigo está a fazer!!!...como diria a Clarice Lispecter SÓ SOU QUANDO NÃO SOU!!!...texto interessante para uma reflexão interessada!!!

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