domingo, 21 de dezembro de 2014

#15 O mundo da animação



Desde de miúda que sempre fui fascinada por bonecos. Fossem ilustrações, desenhos animados, mascotes, marionetas ou fantoches, todos os seres que ganhavam vida de uma forma mágica encantavam-me! Lembro-me de a minha mãe mimar personagens com os pés e de eu simplesmente rebolar de alegria! Esta animação com seres/objectos ou realidades inesperadas ganharem vida sempre me causou cócegas no ânimo, a ponto de ainda hoje ser fascinada por mascotes e afins.

Ora há pouco tempo atrás, tive a oportunidade de conhecer de perto esta arte da animação através de uma grande amiga minha, a Dina, que para além de cabeleireira, bailarina e performer, incorpora várias personagens, seja em mascote, fantoches, ou apenas com a vestimenta, a Dina é menina do 1000 ofícios: eléctrica por natureza, com uma energia que transborda para tudo e todos que a rodeiam!

Quando ela me emprestou a cabeça da bonequinha Mel, uma produção das Festas da Pipa, fiquei fascinada com a destreza que é precisa para estar dentro de um fato daqueles. Fiquei também enternecida, pela reacção das pessoas às mascotes, a maioria está desperta e disponível para levar um abraço de um ser animado, cheio de carinho no coração!

Vendo a minha vontade de experimentar trabalhar com crianças e vestir personagens para brincar com elas, a Dina desafiou-me para hoje ir trabalhar num evento de Natal, como bonequinha de neve!





Obrigada Dina! És uma inspiração! Venham mais destes trabalhos!






sábado, 13 de dezembro de 2014

#14 Pedir desejos e fazer origamis



Pedir desejos. Pode parecer uma ciência simples aos olhos de muitos, mas na verdade, quem é que realmente se atreve a pedir um desejo com veemência? Quem é que arrisca visualizar o seu sonho, com contornos específicos, detalhes bem pronunciados e pormenores descritos?

É que isto de ter sonhos tem um segredo. É preciso materializá-los, nem que seja no papel, para não serem "apenas" platónicos. É preciso deitá-los "cá para fora" para para que o universo te possa ajudar a concretizá-los. É preciso sonhar acordado, com os pés bem assentes na terra, mas dar largas à imaginação. É preciso semear o sonho em terreno fértil, escrevê-lo, rabiscá-lo, projectá-lo, fazer listas de etapas para o concretizar se preciso. É preciso deitá-los cá para fora. Os sonhos são de todos. O teu sonho, não muda só o teu mundo, muda o de todos à tua volta. Por isso, visualiza, imagina, escreve, desenha, rabisca, deita-o cá para fora. 

Eu tenho vários sonhos. Mas muitos ainda estão só comigo. Por isso é que acho que ainda não se concretizaram. Outros que partilhei acabaram por acontecer, e tem sido mágico vê-los a evoluírem. 

Em Buenos Aires, fiz um ritual japonês, no Jardim Japonês. 



Um origami, um desejo. De certa forma os desejos, secretamente estão recheados de esperança, ainda que olhemos para eles como um ritual, algo mágico e fora do nosso alcance. O meu, um dia depois de realizado, conto-vos qual foi!



Quanto aos origamis, mais uma vez, tive uma sorte descomunal, porque na semana passada estava precisamente a decorrer o Festival da Cultura Japonesa no Jardim Japonês, em Buenos Aires. Entrámos naquele paraíso nipónico às 14:45 e às 15:00 tinha inicio um workshop de origamis!






Esta arte milenar de dobrar o papel com o fim de representar seres ou objectos através das dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la ou colá-la teve supostamente a sua origem na China, onde o fabrico de papel era abundante (os registos históricos não são claros). ORIGAMI é uma palavra japonesa composta do verbo dobrar (折り=ori) e do substantivo papel (紙=kami). Significa literalmente, "dobrar papel".





Ora neste workshop com a professora Lucia da Costa, para além de aprendermos a fazer um origami alusivo ao Natal, tive a oportunidade de ver uma exposição fantástica de alguns artistas dedicados a esta arte! 


Aqui ficam algumas ideias de decoração para o vosso Natal, ou inclusive de presentes que apenas precisam de papel, paciência e muito carinho! 





Onde fazer workshops de Origamis em Lisboa:



Esta é uma arte extremamente contemplativa, que se inspira na natureza para reprodução em papel. O que eu senti com este workshop, é que facilmente com uma folha de papel, é possível absorver-nos tal na tarefa de concretização de um origami, que rapidamente o processo se transforma numa meditação. Se forem atrevidos como eu, pesquisem online como fazer algumas figuras, e vão ver que não é dificil! 


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

#13 Como observar borboletas de perto?




Já aterrei em Lisboa há 3 dias, mas ainda tenho muitas histórias para contar de Buenos Aires e não quero que passe muito mais tempo sem as escrever, porque vão-se tornando cada vez menos nítidas para o coração. 

Como já disse num post anterior, um dos símbolos que associo a esta viagem à Argentina, são as borboletas, ou mariposas, em espanhol.

Os dias em Buenos Aires, foram deveras intensos, com horas e horas de experiências novas, que faziam os dias parecerem semanas e perder a conta da cronologia toda do dia. "Foi ontem? Ah, foi hoje de manhã?! Não, foi ontem à noite?!"

No último dia que estive em Buenos Aires, quis aproveitar ao máximo para conhecer a zona de jardins, perto do bairro de Palermo. Apanhámos o Subte, o meio de transporte equiparado ao metro na Argentina e rumámos para o lado oeste da cidade, em direção à Plaza de Itália. Aqui localiza-se o Jardim Botânico Carlos Thays de Buenos Aires



O Jardim Botânico de Buenos Aires, tem entrada gratuita e na altura estava a sofrer algumas obras. Aproveitámos para circular pelos caminhos entre a vegetação e encontrámos um Jardim de Mariposas. Quando estávamos precisamente à entrada do jardim, a espreitar o que seria aquele canto, uma menina com olhos de borboleta, sorriso gigante e de uma presença inesquecível pela forma como se expressava o seu entusiasmo pela ponta dos pés, convidou-nos a fazer parte de uma tour muito especial: a tour no Jardim das Mariposas!



Ora e nesta visita guiada pela Soledad, a jardineira coordenadora deste projecto que nasceu há cerca de 2 anos explicou-nos cada detalhe do ciclo de vida das borboletas. Tivemos oportunidade de observar ovos, larvas, e adultos de várias espécias de borboletas. 



A Soledad também nos explicou que cada vez observamos menos borboletas por causa das condições desfavoráveis do meio em que circulamos: poluição, ruído, falta de alimento. 



Para observar as borboletas é preciso paciência, é uma arte que apesar de activa tem muito de contemplação e existem algumas regras:

- deve mover-se lentamente e se possível, aproximar-se por detrás,

- evitar que a sua própria sombra se cruze com a borboleta, o que provoca uma mudança brusca de iluminação e assusta,

- manter uma distância de 2 metros. Se poder, use binóculos para uma observação mais detalhada,

- falar em tom baixo,

- agachar-se enquanto as observa, para evitar que a sua silhueta limite o espaço.

Ao longo dos últimos dois anos, este jardim ao cuidado da Soledad, da sua equipa de colaboradores e voluntários, que cuidam deste espaço, têm vindo a observar um crescimento acentuado da visita de borboletas e do nascimento de novas.

Estes seres que nos podem parecer tão insignificantes, são importantes indicadores do estado do ambiente, para além de cumprirem um importante papel como polinizadoras. Têm uma relação muito estreita com a flora, e algumas plantas nativas de Buenos Aires que já existiam por ali eram só por si atractores de borboletas. 




Foi um prazer conhecer esta "guardiã de borboletas" no centro de Buenos Aires. Renovou-me a esperança nestas pessoas que se entusiasmam com acontecimentos que nos podem parecer tão banais como o nascimento de borboletas.




E querem saber da cereja no topo do bolo? A visita só se realiza uma vez por semana, às sextas-feiras, ao 12:00: precisamente a hora em que passávamos ali por acaso. É que cada vez mais não acredito em eventos aleatórios. 

Fazendo uma investigação rápida deixo aqui algumas dicas de que plantas atraem borboletas e como cultivar o seu próprio jardim de borboletas, em sua casa!

Para mim a borboleta é sem dúvida um símbolo de transformação que necessariamente precisa de ser preservado! Vamos cultivar jardins de borboletas em nossas casas?

***

Soledad, esto es para tí! Beso!

Ya he llegado en Lisboa hace tres días, pero todavía tengo muchas historias que contar de Buenos Aires y no quiero que pase más el tiempo sin escribir porque se están volviendo cada vez más borrosa en el corazón.

Como dije en un post anterior, uno de los símbolos que asocio a esta viaje a Argentina, son las mariposas.

Los días en Buenos Aires, eran realmente intensos, con horas y horas de nuevas experiencias que hicieron los días parecen semana y pierden el recuento de toda la cronología del día. "Fue ayer? Oh, fue esta mañana?! No, fue por la noche?"

En el último día que estuve en Buenos Aires, he querido aprovechar al máximo para conocer la zona de jardíns, cerca del barrio de Palermo. Tomamos el metro y nos dirigimos hasta el lado oeste de la ciudad, para la Plaza de Italia. Aquí se encuentra el Jardín Botánico Carlos Thays de Buenos Aires.

El Jardín Botánico de Buenos Aires, tiene entrada gratuita y en ese momento estaba experimentando algunas obras. Nos llevamos a recorrer los senderos entre la vegetación y encontramos uno Jardín de Mariposas. Cuando estábamos precisamente a pasar en la entrada del jardín, mirando lo que sería una de las esquinas, una chica con ojos de mariposa, sonrisa gigante y una presencia inolvidable por la forma en que expresa su entusiasmo por los pies, nos invitó a ser parte de una visita muy especial: un recorrido en el Jardín de las mariposas!

En esta visita guiada, Soledad, la jardinera coordinadora de este proyecto que nació hace dos años, nos explicó todos los detalles del ciclo de vida de las mariposas. Tuvimos la oportunidad de observar los huevos, larvas y adultos de varias especias de mariposas.

Soledad también nos explicó que cada vez vemos menos mariposas, debido a las condiciones desfavorables del entorno en el que circulan: la contaminación, el ruido, la falta de alimentos.

Para observar las mariposas se necesita de paciencia, es un arte que, aunque activa tiene un montón de contemplación y hay algunas reglas:

- mover se lentamente y si es posible acercándose por detrás,

- evite que su propia sombra se cruza con la mariposa, lo que provoca un cambio brusco de iluminación y sustos,

- mantenga una distancia de 2 metros. Si puede, use binoculares para ver de cerca,

- habla en voz baja,

- mientras que las observas, para mantener su silueta limitar el espacio.

Durante los últimos dos años, este cuidado jardín de Soledad, su equipo de colaboradores y voluntarios, que se ocupan de esta área, han estado observando un fuerte crecimiento de la visita de las mariposas y el nacimiento de otros nuevos.

Estos seres que nos puede parecer tan insignificantes, son importantes indicadores del estado del medio ambiente, además de cumplir una función importante como polinizadores. Tienen una relación muy estrecha con la flora, y algunas plantas nativas de Buenos Aires han existido durante hubo atractores solos de mariposas.

Fue un placer conocer a esta "guardián de las mariposas" en el centro de Buenos Aires. Renovada mí Espero que estas personas que son excitados por los acontecimientos que pueden parecer tan mundano como el nacimiento de las mariposas.

Y usted sabe la guinda del pastel? La visita se realiza sólo una vez por semana, los viernes, a las 12:00: precisamente por la hora que pasamos allí por casualidad. Es cada vez más no creen en sucesos aleatorios.

Para mí, la mariposa es sin duda un símbolo de la transformación que necesariamente tiene que ser preservado! Cultivemos jardines de mariposas en nuestros hogares?




terça-feira, 2 de dezembro de 2014

#12 Aprender Tango argentino em Buenos Aires


Só me posso sentir uma priviligiada. Sim é verdade, estou a aprender a dançar tango e no seu país de origem. Que mais poderia eu querer? Devo confessar que aqui na Argentina, as viagens de um lado para o outro esgotam-me. 


Esgotam-me no sentido de ter de estar quieta e sentada dezenas de horas seguidas....sem poder fazer grande coisa para além de apreciar a paisagem, ir lendo alguma coisa ou comer... Isto dá muiiiiiiitooo tempo para pensar em coisas que não interessam, lembrar outras e projectar mais algumas. Eu preciso de me mexer, sentir o corpo em ação, e se há coisa que me esvazia a cabeça de tudo o que não devo pensar, é a dança! 

Hoje cheguei às 8:00 da manhã a Buenos Aires e estive a checar no email as sugestões do querido Juan Cavia que ainda não tive oportunidade de conhecer pessoalmente mas que o Filipe Melo fez questão de nos pôr em contacto. Só tenho a agradecer muitíssimo por tal, aos dois! Fui visitar a La Catedral e fiquei fascinada! Mais do que uma escola de Tango é um destino de culto desta dança!


Quem me recebeu foi o senhor gato! Cheguei antes da hora, ansiosa por começar. O espaço impressionou- me logo pela positiva! 


Para quem conhece bem Lisboa posso fazer um paralelismo com a Taberna das Almas ali nos Anjos, mas só dedicada ao ensino do Tango, espectáculos, milongas e tertúlias à volta desta arte. 



Os professores eram um casal fantástico, com uma química muda entre eles que contagiava qualquer voyeur. Por incrível que pareça, ao contrário de Portugal eu era a única mulher! Ahaha mais homens do que mulheres numa aula de dança para mim foi inédito! Fui a sortuda por poder dançar com vários colegas! 




Deixei-me ir completamente no momento e fui arrastada para uma dança meditativa. Percebi que vários tipos de dança podem ter diferentes efeitos em mim:

- danças europeias: diversão e sintonia
- tap dance: coordenação e movimento 
- kuduro: enraizamento e conexão 
- dança livre: harmonia 
- tango: sensualidade e relação 

Mas todas, todas sem uma excepção me provocam um grande bem-estar! O meu problema como diz o Chico é que quero fazer tudo ao mesmo tempo e depois não me dedico a nada em concreto..vocês também pensam que não nos podemos dedicar a mais do que uma paixão de cada vez? Paixão... Porque amor, para mim esse é um de cada vez.


E amanhã vou dançar Rock n'Roll! Me aguardem!

La Catedral
Rua Sarmiento, 4006 Buenos Aires