quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Lembras-te?



Lembras-te de quando levavas no coração a esperança de um bebé acabado de vir ao mundo? 

Lembras-te de como olhavas para tudo com um brilho tão grande nos olhos que quase ofuscavam o que miravam como duas estrelas?

Lembras-te de como sorrias sem nenhum peso do passado ou futuro?

Lembras-te da leveza que era sentir que tínhamos uma vida pela frente?

Lembras-te de quando me agarravas pela mão e me mostravas com orgulho a terra que era tão tua?

Lembras-te de como me aconchegavas no teu peito e o teu coração batia como um tambor nas minhas costas?

Lembras-te de como arriscamos ser insanos e sem nos conhecermos confiarmos totalmente um no outro?

Lembras-te de como era ter um porto de abrigo? Um aconchego? Uma casa num todo?

"Não. Não me lembro. Não me quero lembrar."

Nós temos a vida de que nos lembramos. Nós vivemos a vida que fazemos. Eu lembro-me de tudo isso e muito mais. Tudo era imperfeito com a beleza natural de ser isso mesmo. Tudo era imperfeito e encastrado num diamante em bruto à espera de ser lapidado por uma dupla de trabalhadores dedicados, esforçados, com a convicção de que poderiam lapidar o melhor diamante jamais lapidado. 

Pelo menos...o melhor para eles os dois.





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