sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

#2 Desafio: descobrir a minha palhaça



O ano de 2013 não poderia ter acabado de melhor forma. 

Após o arranque do projecto Ludodependentes  com a estreia do workshop "Desbloquear através do jogo" no passado dia 8 de dezembro, decidi voar até Barcelona para aprender mais sobre a arte da "Criatividade Clownesca" num workshop com os mentores Caroline Dreams e Alejandro Navarro. Foram três dias muito intensos, em que a premissa era "jogar", soltarmos as defesas, expormo-nos ao ridículo e ainda divertirmo-nos com isso. 

Confesso que o meu objectivo neste workshop nunca foi aprender a ser palhaça para actuar em público, e num palco, mas sim apreender as técnicas do clown para aplicar no meu processo de desenvolvimento pessoal, e posteriormente adaptá-lo aos Ludodependentes.

Viajei até Barcelona sozinha. Ninguém me esperava naquela cidade, sem serem os formadores do workshop. Há uma sensação agridoce quando se viaja sozinho. Se por um lado não temos alguém do nosso lado com quem partilhar as novas experiências, por outro, temos um mundo de possibilidades aos nossos pés. 

Cheguei a piso espanhol, na passada quinta-feira dia 26 de dezembro já perto da uma da manhã. No dia seguinte tinha de estar no destino do workshop às 10 da manhã. 

Devo dizer que, no final do primeiro dia de formação, tinha-me esquecido das razões todas pelas quais tinha voado até à terra do Flamenco. Foi um dia doloroso, estava desconectada, ansiosa e demasiadamente presa ao meu hemisfério racional. Resultado: não deixava que o meu lado palhaço viesse ao de cima, estava a suprimi-lo e a enterrá-lo por debaixo das camadas das minhas defesas.  Decidi ir ao cinema sozinha, ver uma comédia para ver se me alheava do dia frustrante que tinha tido. Bebi um bubble tea e segui para o hotel. Dormi. Mal mas dormi.

No dia seguinte, o sorriso matinal da Caroline e a sua boa disposição contagiaram-me, o que me fez sintonizar outra vez com a minha vontade de estar ali. Afinal, eu estava ali porque queria. Estava ali porque me fazia sentido largar as amarras e aprender a assumir o meu lado ridículo e jogar com ele. Ao longo dos restantes dois dias de curso, não sei explicar mas houve como que uma energia que me fez soltar a palhaça que há mim. Devo dizer, que muito se deveu ao grupo que era fantástico. Todos num mesmo barco, para um mesmo destino, ainda que com objectivos diferentes...




O processo de aprender a brincar, de nos divertirmos a jogar, sem medo do julgamento de terceiros é simplesmente libertador. Confiar, acreditar na nossa intuição, não querer fazer demais, estar conectado "aqui e agora" são algumas das "lições" que relembrei nestes dias...

Aprendi também que o meu palhaço é desajeitado, tonto e torna-se mais encantador quando eu assumo as minhas fragilidades, e exagero o meus pontos fortes...



 Se puderem, desafiem-se e experimentem esta maneira de viver!

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1 comentário:

  1. Como dizes, a verdadeira Vida não é vida de aço, não. A verdadeira Vida é vida de Palhaço! Palhaço de Coração...

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