sábado, 24 de janeiro de 2015

Fazer escolhas: redundância ou reforço?



Hoje dei por mim a questionar incessantemente se a expressão "fazer escolhas" não será um eterno pleonasmo, uma repetição de si mesma, um eco que ressoa em cada um de nós. 

Afinal, para "escolher" não é preciso mesmo "fazer" alguma coisa? 

Afinal "tomar uma decisão" não implica uma ação adjunta? Como se de um xarope para o tratamento da situação actual se tratasse?

Fazer uma escolha implica um "deixar para trás de algo" e um abraço a determinada coisa. Optar, implica seleção. 

Mas não pode ser uma seleção mental, intelectual, metafísica ou platónica...Fazer escolhas implica como eu disse: ação. Se acontecer apenas no plano conceptual, passamos a vida a ser observadores do filme da nossa existência, resignados, conformados, inertes. 

Às vezes, parece-nos melhor não fazer escolha nenhuma. É como se chegássemos a um troço do caminho que se divide em várias bifurcações, e nós ficamos ali, parados,  imediatamente antes  das ramificações da escolha. Sem escolher alguma, ficamos aliciados pelas possibilidades do que o destino poderá vir a ser. Possibilidades, sonhos, metas. Ao não escolhermos, ao não decidirmos, defendemo-nos de perdas, do risco de ter escolhido a saída errada, mas também nos privamos da realização de um sonho. 

Fazer escolhas implica necessariamente arriscar. 

Foi declarada a época de "fazer escolhas" e correr atrás dos sonhos.




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