domingo, 1 de fevereiro de 2015

#11Cataratas do Iguaçu: um marco dos 29



Começo por partilhar que este post por ter sido escrito no outro lado do planeta, em pleno telemóvel, poderá até ao meu regresso ter alguns erros ou "comeduras" de letras que depois passo a editar..



Foi em pleno Setembro que aliciada pelo meu amigo/mano/irmão Chico marquei a viagem para vir ter com ele à Argentina. 



Decidi que este ano o meu aniversário nao poderia passar despercebido na minha cronologia e havia que festejar em grande. Celebrei a data em nada mais, nada menos do que em dois jantares muito especiais, um na Casa Raphael Baldaya, ali mesmo ao lado do Incógnito e outro como nao poderia deixar de ser no meu espaço  cultural de eleição em Lisboa: a Fábrica do Braço de Prata. Foram dois momentos simplesmente inesquecíveis, rodeada das pessoas que mais amo, que me proporcionaram uma "insuflagem cardíaca de amor" tal, que seria jamais impossível esta data ter passado despercebida...e que melhor "appetizer" para uma grande viagem do que estar reunida dos meus melhores amigos? 





Devo acrescentar que no dia 22, quando acordei nem queria acreditar que tinha uma viagem de mais de 24 horas pela frente, porque a festa cigana tinha deixado as suas mazelas: falta de descanso, abuso na comida e bebida e uma certa ressaca emocional..



Bem, não obstante, dia 23 de novembro cheguei eu sã e salva à Argentina. Primeiro rumei a Mar Del Plata onde fui mega bem recebida pelos irmãos Barcelo, amigos de longa data do Chico.



É uma cidade na costa este da Argentina, característica pelas suas largas ruas, a arquitetura com várias influências estrangeiras e trata-se de um típico destino turístico de praia, para os argentinos, dentro da Argentina. Eu estava ansiosa era por subir ao norte: até às Cataratas do Iguaçu.  



Ao todo foram mais umas 30 horas de viagem de autocarro de um lado ao outro...mas depois de um dia e pouco, de rabo sentado chegamos finalmente à pontinha nordeste mais extrema da Argentina, que faz fronteira com o Brasil e Paraguai. 

O calor que fazia quando sai finalmente do autocarro era o calor que vinha à espera: abafado, húmido, com a força digna de um clima tropical..

Estou aqui há 4 dias e não tenho parado. Cada dia parece uma experiência de uma semana inteira, e a minha viagem na Argentina apesar de ser "apenas" de duas semanas, acumula vivências que fazem o tempo parecer meses..

No primeiro dia fomos à selva do lado argentino. 



Penetramos literalmente nas entranhas do Parque natural de Iguaçu e tivemos oportunidade de ver dezenas de espécies de flora e vegetação. 









O som da correnteza das cataratas serve de banda sonora de fundo para toda a nossa exploração no parque, e os animais como os quatis ou borboletas multicolores vão sendo uma companhia constante. 






As borboletas para mim, têm sido o símbolo da Argentina: a cada esquina encontro uma ou elas me encontram a mim. 



Em jeito de miniaturas da Fénix, representam para mim neste momento o "renascer", a transformação, a mutação para algo tão belo, forte e frágil ao mesmo tempo. 



Ainda no lado argentino, mergulhámos no meio da selva selvagem em busca do Macuco, uma mini cascata do Iguaçu onde nos podemos banhar. 





Eu por via da dúvidas, agrafei-me a um "galho como o de Moisés" não fosse uma onça aparecer (como se isso realmente adiantasse alguma coisa). Não apareceu nenhum felino, mas sim alguns quatis, uns lagartos gigantes e umas adoráveis capivaras bebês assustadiças.

Ontem foi dia de ir visitar o lado brasileiro das cataratas. 



Para mim a experiência foi completamente diferente...se no lado argentino tive oportunidade de me entranhar dentro da selva, no Brasil tive a verdadeira noção, se é que é possível conseguir apeende-la, da imensidão das cataratas.





Quando me aproximei de um varandim sobre uma das correntezas, em que toda a gente se protegia com capas impermeáveis para não se molhar, eu abri os braços para levar com toda aquela chuva de força divina...e quando olhei para baixo uma sensação de comoção assolou todo o meu ser. 





Sentir de tão perto a pujança com que a água leva tudo, levou-me a pedir-lhe secretamente para levar com ela também todos os meus mal-estares, medos e preocupações. Foi dos momentos mais libertadores que tive ultimamente...



Hoje é o meu ultimo dia em Iguaçu e vou aproveitar para dar uma volta por aqui. Incrível como em pouco tempo fazemos conhecidos, criamos rotinas e nos adaptamos tão facilmente a um novo ambiente. 




Amanhã parto para Buenos Aires e sei que vou ter mais aventuras para partilhar. Este aniversário tem sido sem dúvida o mais transformador de há uns anos para cá. 29 venham eles, estou pronta para o que me têm a oferecer...








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